quarta-feira, 18 de dezembro de 2013

Poema de Nuno Brito


OUTRA FORMA DE MENTIR
I. 
Sou a verdade, uso uma mini-saia vermelha,
Vejo os homens masturbarem-se nas sua varandas enquanto me olham,
passo nas ruas de Alexandria, Berlim, Tóquio, Budapeste,
Bernini esculpiu-me, Whitman descreveu-me
mas nunca nenhum homem me possuiu
Por mim correrão futuros antiquários ainda por nascer
Afundo-os de desejos, mutilo-lhes os sonhos
Sou múltipla e tudo acendo sobre a forma de calor,
Quem tem medo está mais próximo de mim, estou na boca dos amantes,
Nos seus ternos abraços
Duplo Poço, Haremuj, 2012.

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