foi talvez a nossa última canção.
oiço ainda os corpos a vincar a noite,
um campo minado de corações tristes
explodindo o rosto na parede.
muitas músicas depois
quando as paredes eram já outras
e nas caras se perdiam novos nomes
voltei a ela: ficara-me sempre, afinal,
um terrível verso solitário
e a culpa de a ter levado
a um coração onde as canções
morreriam de frio.
Renata Correia Botelho. Small Song. Averno, 2010.
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