Cortar uma orelha é coisa pouca
para quem tanto ouve pancadas de luz.
E talvez à luz tenha entregue afinal
em demasia o lodo que vertia em
cada quadro. Um campo de trigo
devassado por corvos faz-nos perguntar
que morada ocuparão eles findo o verão
esse vocabulário mínimo de morte.
E sábio como era apontou a arma.
António Amaral Tavares. Telhados de Vidro. Coimbra: Palimage, 2012.
Retirado daqui.
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