sexta-feira, 24 de junho de 2016

Manuel de Freitas - poema de Game Over

Estas escadas tinham degraus
onde por acaso nos sentámos
à espera de não ver gaivotas,
com livros abertos
quando as mãos chegavam.
De novo e despercebida e só,
acendia-se para morrer na tarde
a inútil figuração do desejo.
E éramos outra vez nós
os seus irrepetíveis figurantes,
escondidos num poema
que o tempo pisou, deixa lá
– o recomeçado amor descendo.
Manuel de Freitas. Game Over. Lisboa: &etc.

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