segunda-feira, 21 de novembro de 2011

Lugano, Tatiana Faia


JANO BIFRONTE

alinhados esperamos o primeiro

o perecível fio da manhã com os seus guizos

essa luz de cinza e azul que no chão

decidirá dos nossos rostos esperando partir

para a promessa da manhã que suave se inclina

e como acontece no poema de dylan thomas

temos estrelas tatuadas nos cotovelos e nos pés

.

e tu dirias não sei porquê dias que das moedas têm as duplas faces

onde com tanta concisão nos iluminamos e apagamos sem

termos envelhecido nos espelhos por onde seguimos cantando

e eu sei tu tê-lo-ias dito como se partilhássemos o mesmo chão

e aos poucos fôssemos sendo o que todos os homens são

.

semelhantes àquele deus bifronte que sempre apontando

em imperfeitos gestos duas coisas tão opostas

inspira em nós um amor pelas coisas tão dilacerado


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