JANO BIFRONTE
alinhados esperamos o primeiro
o perecível fio da manhã com os seus guizos
essa luz de cinza e azul que no chão
decidirá dos nossos rostos esperando partir
para a promessa da manhã que suave se inclina
e como acontece no poema de dylan thomas
temos estrelas tatuadas nos cotovelos e nos pés
.
e tu dirias não sei porquê dias que das moedas têm as duplas faces
onde com tanta concisão nos iluminamos e apagamos sem
termos envelhecido nos espelhos por onde seguimos cantando
e eu sei tu tê-lo-ias dito como se partilhássemos o mesmo chão
e aos poucos fôssemos sendo o que todos os homens são
.
semelhantes àquele deus bifronte que sempre apontando
em imperfeitos gestos duas coisas tão opostas
inspira em nós um amor pelas coisas tão dilacerado
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