Tenho medo de viajar, uma fobia que herdei da minha mãe
e se agrava com a idade. Não de andar de avião ou de
qualquer outro meio de transporte, mas de encontrar o que
não conheço, ou, pior, o que deixou de ser o que era e se
modificou. Depois de conseguir superar esse medo volto
aos mesmos sítios insistentemente: a mesma cidade, o
mesmo hotel, o mesmo quarto no hotel, de preferência
também as mesmas pessoas, o mesmo ar, o mesmo cheiro,
se fosse possível as mesmas palavras. Tenho medo de tudo
o que não conheço e por isso sinto-me na obrigação de
conhecer o mais possível, um paradoxo doloroso. Antes de
partir numa viagem para um lugar onde nunca estive passo
dias e noites à beira do pânico.
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