quarta-feira, 10 de julho de 2019

Um poema de Ricardo Gil Soeiro

acredita: é só um rumor:
não sei escrever o vento, nem como se nasce outra vez.


nunca soube como se tece no piano a face vazia do tempo.


por favor, não perguntes:
pois eu não sei como germina um poema,
nem quantos dias cabem no teu rosto.


E como se conjuga a cidade e o adeus?


Perguntas, mas eu não sei o que é a morte.


Ricardo Gil Soeiro. Revista Babilónia, 2010.

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