Para L.
Subíamos
a rua descontraidamente
sem
preocupação com a
subtileza
do tempo. Quando chovia
abria o
guarda-chuva, dava-te o braço
e
percorríamos as ruas com edifícios
cor de
tijolo. Eu sorria e tu sorrias.
Quanto
mais não fosse era bom estar no quarto
a ouvir
a chuva a bater, a ver as gaivotas
na rua
em frente à espera da mão do
misterioso
senhor que abria a janela para lhes
dar
comida, sempre à mesma hora.
Se, por
vezes nos distraímos do que estávamos
a fazer,
era porque o silêncio tinha uma
dimensão
mágica. Todas as línguas em todas
as
vozes.
Não me
esqueci ainda do toque, nem
das carícias
às escondidas. Pequenos segredos,
que
ocultam um ainda amor de juventude.
José
Duarte, 2012
A magia continuará sempre.
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