quarta-feira, 30 de outubro de 2013

Um poema de Nunes da Rocha

SUECA

Havia quem falasse
Sobre o Grande Retrocesso que todos os dias
Nos liberta do futuro;

E quem sobre abjecção, vómito
E falta de ar, tivesse opinião;

Também um grego,
Cujo nome não recordo, dizia:
É o vinho que fala por mim;

E quem garantisse
Ser o Treze marido de Teresa.

Eram quatro, heterónimos todos,
À mesa da sueca que,
Como é sabido, é um jogo «calado»
.

Cova Funda, &etc., 2011.

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