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à noite quando a lua repousa no ombro
mais chegado à melancolia
a chávena mal se distingue no parapeito
e a peste dos meus versos alastra lá ao fundo
numa abandonada escrivaninha
sou o escravo doido que repousa do idioma
entregando-se ao inaparente ruído dos insectos
e de mãos tombadas sobre o vazio
vela o descomedido trauma terreal
Miguel-Manso. Persianas. Lisboa, Tinta-da-China, 2015.
Retirado daqui.
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