segunda-feira, 22 de junho de 2015

campéstico, paisagens e interiores - Miguel-Manso

7

à noite quando a lua repousa no ombro
mais chegado à melancolia

a chávena mal se distingue no parapeito
e a peste dos meus versos alastra lá ao fundo
numa abandonada escrivaninha

sou o escravo doido que repousa do idioma
entregando-se ao inaparente ruído dos insectos
e de mãos tombadas sobre o vazio

vela o descomedido trauma terreal

Miguel-Manso. Persianas. Lisboa, Tinta-da-China, 2015.
Retirado daqui.

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