Lenta passagem, evocação de uma cidade:
o que te esclarece é o movimento do braço,
o gesto que nada diz arrasta somente
a memória e o seu peso, e reúne depois
novas ciladas, e faz ecoar a morte da cidade,
a linha que percorre o exterior perímetro
e cujo tema é a destruição do sentido.
Uma descrição do que não teve lugar ocorre aí,
uma descrição dobrada pelo ilegível
que a devora.
Tudo é baldio. As vozes antigas – sim, os antepassados –
já não são esperadas, permanecem tapadas pela aflição escura.
Move o braço,
o voo começará onde não houver sentido.
Luis Quintais. Riscava a palavra
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