O capitão
continua desaparecido,
ninguém o
consegue encontrar.
O tempo foge.
Ficámos parados em
terra meses a
fio. Aprendi
todo o tipo de profissões:
até me
ensinaram a ler o reflexo
do sol nas águas
de diferentes
oceanos, uma
espécie de cinema
do mundo. Mandaram-nos
procurar outros
portos fora
desta terra. Vezes e
vezes sem
conta resistimos.
Nestas águas existem muitos peixes
e, por vezes, surgem alguns animais
gigantes. Ninguém conseguiu
encontrar a grande Baleia Branca,
por isso mesmo também não
conseguimos encontrar o capitão
quando fizemos as primeiras
missões de salvação. Só encontrámos
destroços, madeira e algumas roupas.
Mais do que isso apenas e só um grande
turbilhão. Às vezes imagino a mão do
capitão estendida acima das águas.
Continuar por aqui pode
parecer um erro, mas não há outra
alternativa. Se avistarmos a Baleia
talvez tenhamos também a nossa
hipótese de vingança. Mas continuam a
insistir na pequena quantidade de peixe
deste oceano e dizem-nos
que em outros portos tesouros saltam
à vista. Alguns dos meus companheiros
embarcaram em grandes navios
na esperança de encontrar essas riquezas.
Homens dos mar só sabem pescar. É o que
melhor fazem na vida.
O capitão continua desaparecido. Eu fico por
aqui. Só conheço a minha história,
e a história desses homens para quem
não existe mais nada a não ser o mar.
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